Fim da greve no Hospital Municipal de Cubatão

Paulo Pimentel, presidente do SintraSaúde, considerou uma conquista importante da categoria: "Alertamos sobre o compromisso dos governos prioritariamente com a Saúde"
Paulo Pimentel, presidente do SintraSaúde, considerou uma conquista importante da categoria: “Alertamos sobre o compromisso dos governos prioritariamente com a Saúde”

Chegou ao fim a greve dos trabalhadores do Hospital Municipal de Cubatão, na noite desta quinta-feira (14). A decisão foi anunciada pelo presidente do SintraSaúde, Paulo Pimentel, que aguardava a confirmação dos recebimentos relativos ao dissídio da categoria, retroativos a outubro de 2015.

A administração municipal recebeu uma verba de R$ 5 milhões do Governo Federal e a quantia foi repassada à Associação Hospitalar Beneficente do Brasil – AHBB, Organização Social – (OS) responsável por administrar o hospital. A entidade começou a efetivar os pagamentos dos salários atrasados, depositando integralmente, inclusive os valores correspondentes ao dissídio.

Para o dirigente sindical, Paulo Pimentel, o resultado desse “movimento pacífico dos trabalhadores da Saúde de Cubatão foi vitorioso. E estamos muito agradecidos por esse comportamento da nossa categoria, que não podia mais suportar esse descaso. Cabe aos governos manter a Saúde e o nosso movimento serviu de alerta para as autoridades responsáveis por isso”, enfatizou.

Escala de trabalho – o SintraSaúde já havia acompanhado a organização das escalas previstas para a noite desta quinta-feira, a partir das 19h00, com a retomada dos serviços. Mas em função da demora na confirmação dos valores nas contas, a categoria decidiu voltar às atividades a partir das 7h00 da manhã desta sexta-feira, começando a normalizar o atendimento à população.

Paulo Pimentel declarou que o SintraSaúde acompanhará de perto o retorno ao trabalho, depois de 30 dias de greve, “para garantir que não haja nenhum tipo de assédio moral ou perseguição dos trabalhadores, que exercitaram um direito nada mais do que justo, diante da situação no município de Cubatão”.

Tirar hospital da UTI – Oito dos 11 vereadores da Câmara Municipal de Cubatão estiveram na tarde da última quarta-feira (13), em uma audiência na Casa Civil do Estado, onde foram recepcionados pelo secretário-Chefe, Samuel Moreira da Silva. Aguinaldo Araújo e Ricardo Queixão (PDT), Doda (PSB), Dinho (SDD), Fábio Inácio e Jair do Bar (ambos do PT) e César e Ademário (PSDB) pediram ajuda ao Governo do Estado para a manutenção do Hospital Modelo, que vem passando por grave crise financeira.

Os vereadores levaram consigo a proposta, de que o estado administre 80 (50%) dos leitos do complexo de saúde, deixando assim a outra metade, por parte da Administração Municipal. O presidente da Câmara, o vereador Aguinaldo Araújo (PDT) diz ter ficado esperançoso com o resultado dessa reunião. “As expectativas são boas. O legislativo está fazendo a parte dele para que tudo possa ser resolvido da melhor forma possível”.

Já o vereador César Nascimento (PSDB) disse que a resolução do problema do Hospital é uma questão de diálogo. “Vamos apresentar a nossa proposta e as necessidades do povo de Cubatão. Acreditamos que o Governo do Estado esteja aberto à negociação, já que estamos falando não só dos funcionários, que estão com seus proventos atrasados, mas também de vidas, já que este é um hospital de porte regional”, explica.

Prefeita – A prefeita de Cubatão, Márcia Rosa (PT), também foi até a Casa Civil do Estado, para participar da reunião. Porém, a petista não foi junto com o grupo de vereadores, mas sim com outra comitiva, dentre os quais estava presente o secretário municipal de Saúde, Benjamin Lopes.

Durante o encontro, os representantes do governo estadual garantiram agilizar a liberação de uma verba de R$3 milhões, além do repasse de mais R$6 milhões relacionados ao Fundo Metropolitano, por meio da Agência Metropolitana da Baixada Santista (Agem).

O Hospital Municipal de Cubatão custa mensalmente R$ 4,4 milhões e atende pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O município é responsável por 83% do custeio do sistema de saúde local, enquanto o Governo Federal contribui com cerca 17% e o Governo do Estado com 0,13%.

Ainda em São Paulo, na quarta-feira, Marcia Rosa (PT) não escondia a expectativa do fim da greve da categoria, iniciada em 21 de junho. Em audiência com o secretário estadual da Casa Civil, Samuel Moreira, a prefeita pediu recursos do Estado ao deputado estadual Paulo Correia Jr. (PEN), para ajudar a manter o hospital.

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