Greve de ônibus termina com Prefeitura parcelando dívida
Sob a promessa de pagamento do salário de outubro até esta sexta-feira, dia 16, os 133 motoristas e 127 cobradores da Viação Translíder – operadora do transporte coletivo municipal – voltaram ao trabalho após três dias de paralisação na última semana. O imbróglio teria ocorrido devido ao atraso em repasses do subsídio (R$ 0,75 por passagem) pela Prefeitura à companhia.
De acordo com Paulo Passos, assessor de imprensa do Sindrod (Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviários de Santos e Região), o valor devido à empresa, não confirmado pela Administração Municipal, estaria em torno de R$ 4,5 milhões. Segundo ele, em audiência no TRT (Tribunal Regional do Trabalho), um representante do município informou apenas que a dívida será paga em parcelas, sem especificar em quantas e nem estipular um prazo para a quitação.
Já os trabalhadores saíram com a garantia de acréscimo de 2% no salário. “Esse foi o percentual que a maioria teve arcar com multas nas contas de água, luz e telefone”, justifica Passos, afirmando ainda que ninguém sofrerá punição por conta da greve. “Não vai haver desconto dos dias de paralisação e todos terão dois meses de estabilidade garantida”.
Sem liminar
Durante o período de paralisação, 22 mil passageiros foram afetados por dia, além de 2,6 mil crianças que dependem do transporte escolar. Durante a greve, a Prefeitura chegou a anunciar o acionamento da Justiça para a prestação de ao menos 70% do serviço. A medida seria por meio de liminar, que teve análise do pedido suspensa após o acordo que pôs fim à greve.
Lucro
Em nenhum momento, nas notas enviadas à imprensa, a Administração Municipal mencionou valores referentes ao contrato com a Translíder. Entretanto, na última sessão da Câmara Municipal, o vereador Paulo Tito (PT) chegou a sugerir que os funcionários fossem pagos com o dinheiro arrecadado nas catracas, já que o subsídio do município representaria somente o lucro da empresa. Questionada, a Prefeitura não comentou a declaração.
