Pauta da Arte
Quando começamos a pensar em teatro, lembramos da capacidade de falar em público. Tal habilidade de se expor, com a fala e a expressão corporal, tem feito do curso de teatro uma ferramenta para profissionais, até mesmo de Coach (que utiliza de uma metodologia para alcançar metas) já que trabalha a desenvoltura através de jogos dramáticos e a interação emocional com grupos.
A técnica também utiliza de psicodramas com jogo dramático, e que tem como objetivo permitir uma aproximação terapêutica do conflito. A cena dramática é aquela que expressa algum conflito; sem conflito não há dramaticidade e a cena é vazia, segundo o teatro. Propicia ao indivíduo expressar livremente as criações do seu mundo interno, realizando-as na forma de representação de um papel, pela produção mental de uma fantasia ou por uma determinada atividade corporal.
Utilizando do conhecimento dessa arte da atuação, a busca de expressividade por meio dela são infinitas. A técnica pode ajudar na dicção, na desinibição do falar em público e na auto-confiança.
O “Teatro Espontâneo ou Terapêutico” é a representação de histórias do cotidiano dos participantes, de forma terapêutica, onde aprende-se compartilhando essas histórias, elaborando os conflitos etc. Os participantes iniciam um aquecimento e começam a fornecer temas, que podem ser momentos vividos ou observados. O grupo elege o primeiro tema para ser dramatizado. O script da cena é criado pelos participantes, que também atuam na peça conforme forem surgindo os papéis.
O jogo é uma poderosa ferramenta para motivar e envolver grupos, resolver conflitos, facilitar a comunicação, favorecer o estabelecimento de combinados e organizar a ação. Vem ocupando, cada vez mais, um lugar de relevo nos programas de educação, terapia e treinamento. O jogo dramático é uma maneira de levar os participantes a pensar, comprovar, relaxar, trabalhar, lembrar, ousar, experimentar, criar e absorver. É na absorção que se dá o aprendizado e, quanto mais importante for o aprendido, maior a mudança.
No jogo dramático a espontaneidade funciona como um catalisador da ação criativa. Os ingredientes são: o lúdico, o prazer e a alegria. Não necessariamente se transforma em atuação para uma peça teatral, e sim é utilizado como ferramenta, um meio de se alcançar tal competência, ou pelo simples prazer de superar suas limitações e liberar entraves com o público.
Mais exemplo de jogo dramático, divertido e muito visto em encenações de StandUp, que usa da improvisação e muita criatividade, a Blablação: que se dá com a formação de duplas ou trios, e um instrutor. Os jogadores escolhem ou aceitam um assunto para conversar. Quando a conversa se tornar fluente em português, dê a instrução blablação e os jogadores devem mudar para a blablação – que significa, simplesmente, a substituição de palavras articuladas por sons espontâneos e aleatórios que vier a cabeça – até que sejam instruídos a retornar a conversa em português. A conversa deve fluir normalmente e avançar no que se refere ao sentido. Blablação! Português! Blablação! Português! (e assim por diante). Verificar de a conversa flui e tem continuidade e se a comunicação é sempre mantida esse é o foco do jogo!
Bla Blá… interaja!
(*) Coluna Pauta da Arte | por Daniela Da Guarda | e-mail: daniela.daguarda@gmail.com