Cartão Servidor Cidadão de Cubatão gera descrédito

"Cartão de Descrédito", da Ecopag
“Cartão de Descrédito”, da Ecopag

O Cartão Servidor Cidadão de Cubatão voltou há dois meses, fortalecendo a proposta original de injetar no comércio local parte do dinheiro da massa salarial paga ao funcionalismo municipal. Mas os comerciantes locais não estão satisfeitos com essa nova administradora do cartão – a Ecopag, por causa da sua taxa de administração (4% dos créditos) e do atraso no repasse das vendas pela empresa, que teve problemas no seu sistema de pagamentos, apesar de a Prefeitura ter pago no prazo previsto.

A Ecopag já tem cadastrados 358 estabelecimentos comerciais da Cidade e deve ganhar novas adesões no próximo mês. “Alguns comerciantes estão providenciando a documentação para aderir ao programa”, explica Marco Cruz, secretário municipal de Gestão, lembrando que 247 estabelecimentos já realizaram vendas com o Cartão Servidor Cidadão.

Segundo a Secretaria Municipal de Gestão, até o momento 6.490 servidores ativos e inativos aderiram ao Cartão Servidor Cidadão. Só neste primeiro mês foram movimentados R$ 2.549.257,05 em apenas 26 dias do programa, com uma média de gastos na ordem de R$ 127 mil por dia no comércio da Cidade.

“Com a antecipação do primeiro pagamento aos lojistas, acreditamos que outros comerciantes irão aderir ao Cartão Servidor. Com isso, todos ganham lojistas, servidores, a empresa e a Prefeitura”, destaca Marco Cruz.

Desuso

A Prefeitura já creditou a segunda parcela de créditos de R$ 500,00 e há aposentados que ainda não gastaram o valor do primeiro mês: eles não conseguem usar o cartão para fazer as compras do mês nem comprar em farmácias.

O quadro preocupa a Prefeitura. O secretário de Gestão, Marco Fernando Cruz, disse ontem que vem se reunindo semanalmente com a Ecopag, administradora do cartão, e com a Associação Comercial e Industrial de Cubatão (Acic).

O objetivo é resolver o que Cruz considera problemas pontuais que estão ocorrendo, principalmente entre os estabelecimentos credenciados que ainda não aceitam o cartão.

A Administração Municipal também mira parte do comércio ainda não credenciada, especialmente serviços mais solicitados pelos servidores, como supermercados – nenhum estabelecimento de grande porte está credenciado.

No momento, os gêneros alimentícios só podem ser adquiridos em mercados de pequeno porte no Parque Fernando Jorge, na Vila Natal e na Vila Paulista. Nenhum nas áreas mais densamente habitadas: Jardim Casqueiro, Vila Nova e Bolsões.

“Vamos cobrar da empresa gestora e dos comerciantes da Cidade um maior cuidado com o cartão servidor. Precisamos do comprometimento de que todos aqueles que se credenciaram junto à operadora em aceitar o cartão”, afirma Cruz.

Um dos pontos críticos, segundo o secretário, é dos postos. Cinco empresas assinaram o contrato de credenciamento, mas nenhuma vende combustível pelo cartão. Segundo informações que ele recebeu da Ecopag, em breve haverá novidades com relação ao credenciamento de supermercado.

Desconfiança

Uma proprietária de loja de calçados declarou a um jornal diário da região que ia esperar para ver se dá certo: “Aí penso se aceito o cartão ou não”. Também há lojas e serviços que estão aceitando pagamentos com o cartão, mas parcialmente. Tem salão de beleza que só aceita o pagamento com o Ecopag de clientes conhecidos: “Eles me prometeram que se a empresa não pagar, eles voltam para acertar a conta”, justifica a proprietária.

Há ainda comerciantes que fizeram o cadastro com a Ecopag, mas não obtiveram a resposta para implantar o serviço. Outros preferiram desistir antes da implantação: “Fiz o cadastro, mas desisti por não confiar no serviço”.

O dono de um mini-mercado declarou que parou de aceitar o cartão porque ainda está aguardando o pagamento, sem falar no sistema da Ecopag, que está sem funcionar há mais de uma semana. Com isso, o benefício já foi batizado de “Cartão de Descrédito”.

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