Moradores de rua: das praças para as marquises

Prefeitura 'resguarda próprios públicos' e povo mora sob marquises.

Na Vila Nova, população se queixa de sujeira, incluindo fezes e restos de comida à porta de casas e estabelecimentos comerciais

 

A população da Vila Nova ganhou uma preocupação nos últimos meses: o repentino aumento do número de moradores de rua sob marquises de residências e comércios. Assim, passou a ser comum, em algumas ruas, chegar à própria casa ou ao trabalho e se deparar com urina, fezes e restos de comida, além de tralhas abandonadas.

O constrangimento passa a ser ainda maior quando, à noite, os novos frequentadores do bairro se agrupam em grande número e chegam a promover atos sexuais atrás de árvores ou caminhões e até mesmo a provocar mulheres que trafegam pela rua.

Segundo alguns habitantes da Vila Nova, o problema cresceu consideravelmente após a Prefeitura inserir vigilantes em praças públicas, o que estaria inibindo o alojamento de moradores de rua nestas áreas.

Dentro da lei

Sobre as praças, a Prefeitura explica que “a presença dos vigilantes é para resguardar o patrimônio público. Todo cidadão tem o direito de ir e vir ou permanecer em locais públicos, desde que não desrespeite nenhuma lei”.

Quanto aos alojamentos em marquises do bairro, a solução parece complexa, já que “a Prefeitura está atenta à permanência de pessoas na rua, e assistentes sociais costumam abordá-las, oferecendo-lhes ajuda no sentido de reduzir-lhes as condições de vulnerabilidade social. Contudo, a pessoa em situação de rua não pode ser obrigada a deixar a rua a não ser que esteja em confronto com alguma lei”.

Cimpri

Já sobre o Cimpri (Centro de Intervenção junto ao Migrante, População de Rua e Itinerante) –, que passará a funcionar à Rua Fernando Costa, 1.004, na Vila Santa Rosa, deixando o imóvel nº 207 da Rua Marechal Rondon, no Parque Fernando Jorge, onde funciona atualmente – foi explicado que “para lá, são encaminhadas as pessoas que aceitam ajuda depois da abordagem. No local, o desabrigado pode tomar banho e receber alimentação, sendo, em seguida, encaminhado para entrevista com assistente social, no sentido de ter soluções para as questões que o levaram a permanecer na rua”.

Parceiros

Cubatão dispõe de dois abrigos de entidades parceiras para pernoite. Ligada à Igreja Católica, a Casa de Emaús tem 22 vagas e recebe das 15 às 8 horas. Oferece banho, refeição e café da manhã. Fica na Avenida das Nações Unidas, 330, na Vila Nova. O telefone é 3372-7479.

Evangélica, a Casa do Bom Samaritano dispõe de 20 vagas. Recebe até as 20 horas, e o assistido permanece no local até as 8 horas. Também oferece banho e refeições. Fica na Rua D. Idílio José Soares, 70, na Vila Nova. O telefone é 3304-1460. Aceita doações de roupas. As vagas são preenchidas por quem chega ao local para o pernoite, e, segundo informações deste local, costumam sobrar, por noite, de uma a três vagas.

imprensa

O "Povo de Cubatão" é um veículo de comunicação independente, focado na defesa dos interesses da população cubatense.

One thought on “Moradores de rua: das praças para as marquises

  • 09/05/2012 em 1:25
    Permalink

    Estes serviços publicados acima, na verdade não valem de nada pois eu estou a mais de um mes ligando para todos estes numeros, abrigos para idosos e ninguem resolve a situação… fico chocada de saber que todos recebem verbas da prefeitura e não fazem valer…

    Resposta

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *