Mulheres à frente do esgoto

A agente de saneamento Beatriz Salvador Dias é a única mulher que trabalha com desobstrução de esgoto.

Mesmo em um ambiente masculino, como tratamento ou manutenção da rede de esgoto, as mulheres ganham espaço

O mercado de trabalho já não tem mais distinção entre homens e mulheres. Áreas quase sempre ocupadas pelo público masculino, como o setor operacional, também estão sendo preenchidas por mulheres. O setor de manutenção e operação de saneamento, que exige, muitas vezes, força física e proximidade com o esgoto já tem o toque da força feminina.

Exemplo disso é a técnica em sistema de saneamento da Sabesp, Melissa Sabrina Gallo, que atua na operação da Estação de Tratamento de Esgoto de Vicente de Carvalho, em Guarujá. Ela, junto com outros funcionários, é responsável por manter a operação da estação e o funcionamento pleno para o tratamento do esgoto produzido e coletado em Vicente de Carvalho.

“Temos aqui uma rotina de atividades de pequena manutenção e acompanhamento do funcionamento da unidade. Ver o tratamento funcionando é muito emocionante, desde a entrada do esgoto até o momento que o efluente tratado sai da estação. Realmente é interessante acompanhar esse processo”, explica Melissa, que é formada em técnica em Química.

O mundo do saneamento ambiental entrou há pouco tempo em sua vida. Cabelereira por muitos anos trabalhou em diversos salões até ingressar na Sabesp. Acabou trocando os salões para trabalhar com o tratamento de esgoto. “A família e os amigos sempre têm muita curiosidade de saber o que faço e como é o tratamento. Na verdade, é um trabalho como outro qualquer. A diferença é que o ambiente do salão é mais feminino, do que a área industrial”, destaca.

A agente de saneamento Beatriz Salvador Dias é a única mulher que trabalha com desobstrução de esgoto em São Vicente. Ela chegou a trabalhar com reparo de cavalete de água, mas acabou atuando mesmo com esgoto. “É muito diferente de outras profissões, mas me adaptei muito bem com a desobstrução e gosto de fazer isso. Quando comecei não fiquei com medo, na verdade, não conhecia nada deste serviço”, diz.

Segundo ela, quando chega na casa de um cliente as mulheres olham com admiração. “Muitas olham com admiração por ter uma mulher mexendo com a desobstrução de esgoto e chegam a perguntar como é a rotina e têm curiosidade sobre o serviço. Já alguns homens chegam a ficar mais surpresos com isso”, diz Beatriz.

Para realizar a desobstrução, é utilizado um caminhão com jato de alta pressão, que permite a retirada de lixo e o acúmulo de óleo jogado inadvertidamente nas redes de esgoto. “Muitas vezes explico aos amigos que não entro na rede de esgoto, são utilizados equipamentos que fazem o serviço. Estou adaptada ao trabalho”, conta.

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