Comércio cubatense perde com o fim do Cartão do Servidor

Servidores e o comércio em geral contabilizam perdas sem o Cartão Servidor Cidadão.
Servidores e o comércio em geral contabilizam perdas sem o Cartão Servidor Cidadão.

O impasse na licitação da Prefeitura, para definir qual será a próxima administradora do Cartão Servidor Cidadão Cubatão, bem como a descontinuidade do serviço prestado pela Planinvesti, por causa do atraso no pagamento devido pela Prefeitura e do encerramento do contrato no último dia 31 de dezembro, está prejudicando os servidores municipais e todo o comércio da cidade.

Quando a Prefeitura tomou a iniciativa de criar o Cartão Servidor Cidadão, sobressaiu o objetivo de auxiliar o comércio da cidade. O vereador Ademário da Silva (PSDB), embora na oposição a prefeita Marcia Rosa (PT), sempre defendeu o benefício, inclusive propôs a correção dos valores sem reajuste há seis anos, relembrou essa história durante a reunião realizada com o Sindicato dos Servidores Públicos na tarde de quinta-feira (12).

Para a Planinvesti, administradora do cartão, “a descontinuidade do serviço foi ocasionada por culpa da Municipalidade que, por despreparo e ineficiência administrativa, não planejou corretamente os prazos para a realização da nova licitação”. A Prefeitura quer compensar essa falha, com o pagamento de um abono aos funcionários municipais, em duas parcelas de R$ 435,00 cada.

Na realidade, os cerca de 6.500 servidores deixaram de receber nesses dois meses, R$ 1.000,00 cada um, gerando uma crise enorme entre os servidores, penalizados com a perda do seu poder de compra, e, automaticamente, os comerciantes da Cidade, que já acumulam prejuízos de 50 a 70% das receitas antes proporcionadas com o Cartão.

O Secretário Municipal de Gestão, Cesar Pimentel, vê no abono uma compensação até o desembaraço da licitação para a nova administradora do Cartão, enquanto a Câmara de Vereadores começa a discutir o tema e pode votar na próxima quinta-feira (19). Mas não definiu até agora quando serão quitadas as faturas devidas a Planinvesti, totalizando R$ 6,3 milhões, vencidas em 25 de novembro e em 26 de dezembro de 2014.

Comerciantes querem solução

A reportagem do jornal ‘Povo de Cubatão’ ouviu vários comerciantes cubatenses, e constatou a preocupação deles com o desfecho dessa história. Luis Marcos Ferreira da Silva, da Drogaria Martins Fontes (Avenida Martins Fontes, 125, Vila Nova), disse que a par da expectativa das decisões da Prefeitura, já acumula um déficit de R$ 20 mil nas suas receitas estimadas: “as vendas já não acontecem como antes. Os servidores ficaram limitados à linha de crédito da Caixa de Previdência, que é condicionada ao salário de cada um. Bem diferente do Cartão do Servidor, que tinha um limite definido e o servidor podia se programar e comprar o que precisava, ajudando o comércio da nossa cidade”.

Luis Marcos enfatiza que Cubatão não vê circular dinheiro na cidade e que essa indefinição é motivo de reclamações gerais: “estávamos habituados e nos planejamos para uma coisa, que não se confirma mais. Esse é o impacto no comércio, precisamos que o Cartão volte urgente”.

A mesma posição foi defendida pela gerente Ana Carla Costa Silva, do Restaurante Cactus, que funciona na Galeria Center Lopes: “Faz muita falta o Cartão Servidor. Nossa féria foi reduzida em mais de 50%. Para se ter uma ideia do tamanho do que estamos perdendo, até dezembro recebíamos R$ 300,00 por dia, através dos cartões. Nossa féria hoje chega a R$ 60,00. E percebemos que o servidor público está apreensivo e em dificuldade. Na maioria das vezes, antes de fazerem os seus pedidos, eles consultam o saldo para ver se ainda podem usar o cartão. Muito poucos servidores aparecem por aqui dessa forma. Já estamos somando perdas”.

Christian Riquelme, do Restaurante Berrante de Ouro, na rua Dom Pedro II, esquina com a Monte Castelo, disse que o Cartão do Servidor beneficiava muito o seu comércio, porque o seu estabelecimento funciona perto de muitas escolas e de professores e funcionários: “Estamos numa crise que piorou com a falta do cartão. Nossa féria reduziu mais de 50%. Já teve dia que fechamos para o almoço”, lamentou.

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