Trabalhadores desempregados defendem mão de obra de Cubatão

Macaé diz que não há motivo para trazer trabalhadores de fora.
Macaé diz que não há motivo para trazer trabalhadores de fora.

A semana marcada por duas mobilizações nacionais, uma nesta sexta-feira (13) a pretexto de defender a Petrobras e outra no domingo (15) contra o governo Dilma Rousseff, também teve o seu momento reivindicatório particular em Cubatão. Com carteiras de trabalho na mão, cerca de 50 pessoas fizeram uma manifestação no início da tarde de quarta-feira (11) em frente a Prefeitura, na Praça dos Emancipadores, Centro. O movimento, apoiado pelo Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil, Montagem e Manutenção Industrial (Sintracomos), cobrou investimentos no setor e a contratação de mão de obra local por parte das indústrias.

Os sindicalistas pediram o apoio da Prefeitura para melhorar a situação do emprego na cidade, pressionando as indústrias. “Conseguimos conversar com o pessoal da área de empregos da cidade, no Posto de Atendimento ao Trabalhador (PAT), e ficou acertado que nossa reivindicação será apresentada durante uma reunião entre representantes da prefeitura e das empresas do polo”, diz o vice-presidente do órgão que defende a categoria, Luiz Carlos de Andrade.

O presidente do Sintracomos, Macaé Marcos Braz de Oliveira, entende que as empresas do Polo Industrial de Cubatão deveriam orientar as empreiteiras a privilegiar os trabalhadores locais. “Nossa mão de obra é escolarizada profissionalmente, treinada e com experiência no ramo de montagem e manutenção. Não há motivo para trazer operários de fora”, acrescentou o líder sindical.

Tanto Andrade, quanto Macaé, relembraram que a proposta de melhorias no atendimento teve início nas eleições municipais, em 2012, quando o assunto foi apresentado aos candidatos à prefeitura, inclusive a então candidata à reeleição pelo PT, Marcia Rosa, mas até o momento, não houve mudanças. “Nós já fizemos uma proposta no período das eleições, para que essa questão dos empregos seja planejada. Acontece que as empresas contratam mão de obra, mas buscam somente serviço, não querem saber de onde essas pessoas estão vindo, e o pessoal daqui fica desempregado”, conclui Andrade.

Prefeita pega carona

A prefeita Marcia Rosa (PT) não perdeu a oportunidade de aparecer na foto e registrar a sua participação nesse movimento do Sintracomos, que após os manifestantes serem recebidos pelo presidente da Câmara Municipal, vereador Aguinaldo Araújo (PDT) e uma comissão de vereadores, na manhã de quinta-feira (12), fez questão de acompanhá-los na caminhada em direção à sede do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP), em meio às palavras de ordem e gritos de “Queremos empregos”.

Nessa reunião, os vereadores presentes se comprometeram em aprovar projetos que destinem postos de trabalho preferencialmente aos moradores da Cidade e, logo após no CIESP, a prefeita Marcia Rosa se comprometeu elaborar um projeto nesse sentido.

Na sede do CIESP de Cubatão, a prefeita  Marcia Rosa, o secretário de Emprego Benincasa; e os vereadores Ademário da Silva (PSDB), Dinho Heliodoro (SDD), Fábio Roxinho (PMDB), Ivan Hildebrando (PDT), Jair Ferreira (PT), o Jair do Bar, Ricardo Queixão (PMDB), e Severino Tarcício (PSB), o Doda, se reuniram com uma comissão de manifestantes, os sindicalistas e os representes das empreiteiras.

Aguinaldo Araújo disse que a migração de mão de obra de outros Estados para Cubatão é histórica. O presidente da Câmara afirma que esses trabalhadores acabam se fixando na cidade, o que acaba gerando sobrecarga nos serviços públicos, como escolas e prontos-socorros.

Ademário criticou a situação do Posto de Atendimento ao Trabalhador (PAT) da cidade, que, segundo o vereador, não apresenta as mínimas condições para atender aos desempregados. “A Prefeitura deve fazer a lição de casa e modernizar a gestão do PAT, utilizando sistemas mais inteligentes”.

Segundo Macaé Marcos Braz de Oliveira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Santos (Sintracomos), as empreiteiras contratadas pelas fábricas de Cubatão preferem os trabalhadores de fora para evitar eventuais processos na Justiça do Trabalho por desrespeito a direitos coletivos e individuais.

A prefeita municipal disse que a administração irá realizar uma força tarefa para fiscalizar a situação dos alojamentos na cidade. Ela criticou o fato de os empregadores alugarem imóveis como residências, sendo que na verdade a finalidade é abrigar trabalhadores de fora.

Marcia Rosa também cobrou o cumprimento do Pacto pelo Emprego, um acordo de contratação selado pelos empresários para a contratação de trabalhadores de Cubatão. Já Valdir Caobianco, diretor regional do CIESP disse que é preciso ter mais transparência por parte das empresas no processo de seleção.

Ao final da reunião, representantes de algumas indústrias e empreiteiras da cidade disponibilizaram 105 vagas para a contratação imediata de profissionais locais. Outra demanda levantada é a geração de postos de trabalho para as mulheres e a necessidade de infraestrutura para recebê-las nas empresas.

Na próxima quarta-feira (18), será realizada uma reunião para avaliar as negociações que sindicalistas e autoridades municipais farão com as empresas nos próximos dias. E, na quinta-feira (19), às 10h00, o CIESP também promoverá um encontro na sede da entidade, para o acompanhamento de todo o processo de seleção e oferta de novas vagas.

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2 thoughts on “Trabalhadores desempregados defendem mão de obra de Cubatão

  • 14/03/2015 em 15:51
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    Me encontro desempregada no momento e nunca consegui emprego pelo pati

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  • 19/04/2015 em 7:34
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    Moro em cubatão desde 1994, tambem nunca consegui emprego pelo pat, a soluçao foi sair de cubatão e deixar minha casa fechada.

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